domingo, 14 de outubro de 2012

Filme ‘Pinheirinho um ano depois’ denuncia política criminosa do PSDB contra famílias pobres

Depois da violenta desocupação promovida pelo governo Alckmin, documentário revela que os ex-moradores da comunidade do Pinheirinho estão morando na rua, sem nenhum respaldo do governo

Um grupo de realizadores independente tomou a iniciativa de produzir um documentário que busca revelar a situação de completo abandono em que foram atiradas as famílias da comunidade do Pinheirinho depois do processo de desocupação promovido pelo governo PSDB em São José dos Campos em janeiro deste ano.

O filme, Pinheirinho um ano depois, trará dezenas de depoimentos de moradores, líderes comunitários e assistentes sociais que denunciam a política criminosa do governo em diferentes questões.

Dois aspectos chamam atenção. Em primeiro lugar, o tratamento dado aos moradores logo após a desocupação, quando eles foram espalhados por diferentes abrigos e colocados em uma situação de isolamento completo durante vários dias, o que configura uma situação de cárcere totalmente ilegal. Uma moradora denuncia no vídeo: “Eu fiquei 18 dias no abrigo com meu neto. Eles não deixavam ninguém ligar, não deixavam [ninguém] sair nem entrar. Minha filha ia visitar eu e o filho, e eles não deixavam [ela] entrar. É como se fosse uma prisão. Daí faltava comida, meu neto ficava com fome, pedia, não tinha comida lá dentro também. No abrigo era um sufoco. Eu dormia com um homem do meu lado que eu nem sei que era”.

Outra situação igualmente criminosa é que, passado esse período inicial da desocupação, as famílias foram abandonadas sem nenhum respaldo do poder público. Uma assistente social denuncia em uma entrevista: “A situação das famílias depois da reintegração de posse é uma situação de 'homeless', de sem-terra (sic), basicamente eles não tem onde morar”.
Esses são alguns dos problemas que o documentário aborda entre inúmeros outros. Um dos líderes da comunidade, nas filmagens também comenta: “hoje a grande maioria das crianças que moravam no Pinheirinho não pode ver um carro de polícia que elas fogem, elas tem medo. Tem criança que não pode ouvir um barulho de helicóptero (...) Ficou esse rastro de violência muito grande e a dificuldade é muito grande. Mesmo porque o governo de São José dos Campos nunca procurou ninguém da direção, nunca procurou nem uma família pra conversar”.

O grupo que tomou a iniciativa de filmar o documentário está levantando fundos para a produção de maneira independente por meio do portal Catarse, que divulga projetos e visa a arrecadação de recursos para produções de caráter cultural. Dessa forma, os produtores de Pinheirinho um ano depois pretendem colocar o documentário no ar gratuitamente na internet. A produção estimada para o filme é de 11 mil reais aproximadamente que, segundo os realizadores, cobre apenas os custos de produção e equipamento e deverá ser arrecadada até dia 20 de novembro. Toda a equipe do filme está envolvida no projeto de maneira voluntária.

O grupo divulgou um primeiro vídeo promocional do documentário. Confira pelo link.

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